Educação antirracista é tema de conferência virtual aberta

Evento é organizado pelo projeto Redes de Proteção Local dos Direitos da Criança e do Adolescente a partir da escola e será realizado hoje, às 20h.

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Redes de Proteção Local dos Direitos da Criança e do Adolescente realiza hoje, quinta-feira, 20/07/2018, às 20 horas, o webinário “Vamos conversar sobre educação antirracista?”. O evento vai ser transmitido pelo canal da iniciativa De Olho nos Planos no youtube e contará com a participação da educadora, jornalista e gestora cultural Liliane Braga. Clique aqui para participar!

“A partir da experiência da Liliane, o evento propõe fomentar o debate e inspirar boas práticas para a educação antirracista”, conta Barbara Barboza, cientista política e formadora em relações étnico-raciais da Ação Educativa.

Liliane é doutora em História Social e mestre em Psicologia Social pela PUC-SP, faz parte do Centro de Estudos Culturais e Africanos da Diáspora e é membra da Caribbean Philosophical Assocaition. De 2014 a 2016, compôs o núcleo de formação de professoras(es) em Educação para as Relações Étnico Raciais da SME-SP. Nos últimos anos, Braga tem atuado com as temáticas de estudos decoloniais, identidade afro-descendente no Brasil e na diáspora africana e culturas afro-brasileiras e afro-caribenhas.

“Eu sou uma profissional que tem atuado no âmbito das pesquisas e das discussões teóricas. Então espero que, juntando a minha escuta, o que venho estudando e o que a comunidade escolar apresenta, a gente possa encontrar caminhos conjuntos e aprimorar a forma de lidar com desafios”, comenta Liliane.

A conferência é parte do curso “A escola e os processos e mecanismos para a implantação das redes de proteção locais dos direitos de crianças e adolescentes”, realizado em parceria da Ação Educativa com o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, a Secretaria Municipal de Educação e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Com duração de 4 semanas, o curso tem como objetivo oferecer à(o)s professoras(es) da rede municipal o suporte necessário para construir, a partir da escola, uma rede de proteção às(os) educandas(os). Entre os temas abordados, estão o Sistema de Garantia de Direitos, estratégias de fortalecimento dos direitos das crianças e adolescentes no território, e a identificação e superação do racismo na escola.

Nesta última unidade, as(os) estudantes tiveram a oportunidade de conhecer a metodologia Indicadores de Qualidade na Educação – Relações Raciais na Escola, um material elaborado com a colaboração de ONGs, órgãos governamentais e comunidade escolar para avaliar de forma participativa a qualidade da educação na escola e propor encaminhamentos, tanto para o Projeto Político Pedagógico, quanto para as políticas educacionais.

+ Conheça a coleção Indicadores de Qualidade na Educação

Composto por sete dimensões (atitudes e relacionamentos, currículo e proposta político-pedagógica, recursos didático-pedagógicos, acesso, permanência e sucesso na escola, atuação das/os profissionais, gestão democrática e para além da escola), o material auxilia a comunidade escolar na construção de um retrato da implementação da Lei 10.639/2003, bem como da educação das relações étnico raciais na educação básica.

Para que o material contribua com a avaliação e o monitoramento da política educacional, é preciso garantir: (1) a construção coletiva de um Plano de Ação nas escolas, (2) de um documento de recomendações e (3) a constituição de um Grupo Guardião que sustente os processos desencadeados pela avaliação coletiva. Uma autoavaliação participativa atenta às desigualdades raciais permite ampliar a roda de pessoas e coletivos envolvidas(os) com a superação do racismo e outra discriminações e auxiliar na construção de um plano de ação estratégica que gere transformações efetivas no cotidiano escolar.

“A medida em que um projeto antirracista é implementado, os racismos se reinventam. Então é quem está no chão da escola que, a partir de seus ângulos de percepção, consegue ver esse racismo se reinventando e apontar os desafios e demandas atuais para quem está pensando a teoria. Assim, podemos encontrar intersecções entre as experiências e pesquisas. É um processo que envolve proatividade por parte de quem está no chão da escola e sensibilidade de quem está promovendo a reflexão teórica para estabelecer esse diálogo”, propõe.

 

Reportagem: Júlia Daher
Edição: Cláudia Bandeira

*Com informações da iniciativa De Olho nos Planos

 

Saiba Mais
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