Em teste de matemática, Brasil fica em 38º lugar entre 44 países (Correio Braziliense)

Matéria publicada no Correio Braziliense no dia 02/04/2014. Confira aqui.

 

Em mais uma avaliação internacional de desempenho, na qual o Brasil se manteve no fim da fila, nossos alunos tiveram dificuldade para resolver questões do dia a dia

Se Júlio mora na Asa Sul, Maria estuda no Sudoeste e Daniel trabalha na Esplanada dos Ministérios, em qual ponto de Brasília eles poderiam se encontrar, de forma que ninguém percorra mais do que 15 km? Questões como essa, que envolvem elementos básicos da matemática com aplicação no cotidiano, nem sempre são resolvidas com facilidade pelos estudantes do Brasil. É o que mostra a análise divulgada ontem pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os alunos brasileiros ficaram em 38º lugar entre adolescentes de 44 países em um teste de solução de problemas matemáticos.

As habilidades não cognitivas — ligadas a características como autonomia, raciocínio crítico, liderança, facilidade de relacionamento e tolerância, entre outras — foram testadas pela primeira vez no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). O exame é reconhecido mundialmente por avaliar o desempenho de estudantes em matemática, ciências e leitura. A prova é aplicada a cada três anos a estudantes de 15 anos de idade que já concluíram o ensino fundamental.

Ao avaliar o mau desempenho dos brasileiros, especialistas em educação apontam que o problema está além das carências do estudo da matemática. Segundo a diretora executiva do movimento Todos Pela Educação, Priscilla Cruz, os adolescentes brasileiros começam a sentir dificuldades já na interpretação das questões. “Eles leem o enunciado e não entendem aquilo que o problema está pedindo.” De acordo com o relatório da OCDE, as habilidades para resolução de problemas podem ser desenvolvidas por meio de diversas atividades curriculares.

Enquanto alunos de países da OCDE obtiveram média de 500 pontos na avaliação, os jovens brasileiros atingiram, em média, 428 pontos. O relatório mostra que 47,3% dos nossos alunos tiveram baixa performance e que só 1,8% conseguiu solucionar os problemas de matemática mais complexos. “Infelizmente, essa pesquisa não traz de nada de novo para quem vem acompanhando todas as edições do Pisa. Essa prova está atrelada ao final do ensino fundamental e começo do ensino médio. Essas são as duas etapas que a gente tem conseguido avançar menos”, ressalva Priscilla.

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