“Na contramão das discussões sobre equidade, Plano Nacional de Educação prevê estímulo de acordo com melhoria no Ideb”

Cláudia Bandeira_portal

Artigo da pesquisadora da Ong Ação Educativa, Claudia Bandeira, analisa como tema da avaliação educacional está presente no Plano Nacional de Educação (PNE)

“Na contramão das discussões sobre equidade na educação, o PNE [Plano Nacional de Educação] prevê em sua meta 7.36 a implementação de ‘políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar’”, analisou a pesquisadora do Programa Diversidade Raça e Participação, da Ong Ação Educativa, Claudia Bandeira.

Em artigo que analisou como o tema da avaliação educacional está presente no PNE, a pesquisadora destacou que em país com “contextos educacionais tão desiguais como o Brasil, propostas que visam premiar ou bonificar profissionais da educação com base no desempenho do Ideb ou, propostas pautadas pela meritocracia na educação, certamente contribuem para acirrar ainda mais as desigualdades educacionais, na medida em que classificam, comparam e hierarquizam as escolas e redes de ensino”.

Além de criticar a excessiva presença de metas relacionadas ao resultado de testes padronizados, Claudia constata a falta de detalhamento de metas e estratégias que avaliem e articulem o resultado dos testes com dados de contexto das unidades de educação. “Não há informações mais precisas sobre como essa avaliação será realizada, o que há é uma grande ênfase nos exames de rendimento escolar, na divulgação de seus resultados, na abrangência e nos responsáveis pelo cálculo e aplicação dos exames”, afirmou.

Para ela, seria necessário “aprofundar a discussão sobre a autoavaliação institucional e definir estratégias complementares”. Neste sentido, a pesquisadora destaca dois aspectos: “o primeiro deles se refere ao estímulo, adesão e participação das unidades educacionais nos processos de constituição e utilização dos instrumentos de autoavaliação. O outro aspecto é sobre os usos que se pretende fazer dos resultados de avaliações desta natureza, já que a autoavaliação depende do grau de criticidade das equipes e comunidades escolares envolvidas e assim não seria possível criar ranking ou comparar as escolas”.

Ao concluir seu artigo, Claudia aponta o desafio de expandir a discussão sobre a avaliação educacional nos Planos Municipais e Estaduais de Educação: “o desafio de pensar indicadores que dialoguem mais com o que entendemos por qualidade e que garantam o direito humano à educação de todos e todas está colocado para estados e municípios na construção e revisão dos seus Planos Municipais e Estaduais de Educação”.

Clique aqui e leia o artigo completo da pesquisadora Claudia Bandeira.

 

 

 

 

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